Na semana acadêmica de História, tivemos uma conferência sobre Indústria Cultural, a primeira vista parece um tema mais ligado a produção de cultura e como os modos desta produção se transformaram durante a história. Mas no decorrer dos trabalhos percebi que o foco tratado não era bem esse, falava-se sobre as consequências da indústria cultural atual (que se estabilizou desde a segunda grande guerra) sobre as pessoas e seu modo de vida. A chamada cultura de massa.
Fui percebendo que aquilo estava focando diretamente a futilidade dos pensamentos que regem a conduta das pessoas comuns, isto é, a sua alta exposição ao que lhe é externo sem a ação do senso crítico. Resumindo em boas palavras: a falta de personalidade, a criação de um estereótipo único dentro de uma classe, de uma faixa etária, dos gêneros feminino e masculino, etc.
Fico pensando em quantas vidas essa banalização da singularidade influenciou de modo pessimista e até mesmo aonde não influenciou a mim mesma. O fato é que até tomar consciência do que queria pra mim (se é que eu já sei), muitas vezes me recriminei pela minha grande diferença referente às outras pessoas, principalmente meninas da minha idade. Claro isso nunca tomou proporções preocupantes, mas minha mãe chegou a me dizer certas vezes: “_ Se tuas amizades nunca dão ‘certo’, talvez o problema seja contigo, tu não da certo com ninguém!” E aquilo me instigava, eu realmente não dava certo, por que não me parecia com ninguém, não aceitava certas normas estéticas e comportamentais que as outras meninas aceitavam.
Voltando ao rumo do assunto, localizar os pontos em que nos submetemos a essa influência que a indústria cultural nos impõe não foi difícil. Quando estava escutando rádio, o que faço frequentemente, percebi que em meio a algumas músicas do meu gosto, tocavam outras que não me agradavam nem um pouco, mas eu as escutei e o pior, eu sabia a letra todinha. Elas estavam tocando, alguém estava impondo elas aos meus ouvidos. É claro, no momento que desligasse o rádio elas não seriam mais impostas, porém eu não desligo porque o rádio já faz parte do meu cotidiano, estou acostumada a ouvi-lo desde pequena quando minha mãe ligava todos os dias enquanto cozinhava nosso almoço. Aqui se explica uma das principais forças acionais desta cultura: a hereditariedade.
Escrevo isso para ilustrar que tudo o que foi apresentado não fez eu me recriminar, isso que não listei aqui os exemplos mais radicais que foram citados na conferência. Estamos tão incluídos nesse sistema que mesmo que se nos instruirmos a sair desse patamar cultural, as ações das outras pessoas nos afetarão nesse ponto e será impossível aparar-se desse mundo. Creio que o mais sensato é não deixarmos refletir tudo aquilo que nos externa, ou pelo menos não sem aplicar a tudo nosso próprio senso crítico. E também acho que se levarmos a vida com aquilo que nos faz realmente bem, mesmo que isso não seja original, não será tão prejudicial. Isto só se tornará verdade se essa for a nossa verdadeira vontade e não aquilo que nos impõe o mundo exterior. Por que afinal, o resto é resto.
Um comentário:
o joelho paro de doer UIOAUEIA. beijo maaya ;@ s2
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